Chernobyl
Em 1999 um dos mais destrutivos vírus de computador entrava em ação.
Nossa história começa em 1998 na ilha de Taiwan. O jovem Chen Ing-hou não tinha acordado de muito bom humor. Ele tinha raiva de algumas empresas de software que vendiam programas de antivírus em lojas de informática. Para ele, a maioria eram programas inúteis. Para provar que tinha razão ele decidiu criar um vírus.
Mas o vírus não tinha ação imediata. Ele programou o vírus para entrar em ação no ano seguinte, na data do seu aniversário.
O vírus não tinha nome. Quando foi descoberto alguns meses depois do lançamento, ele ganhou o nome "CIH", que era as iniciais do nome do seu criador, segundo o que havia sido encontrado em seu código fonte.
Quando o vírus entrou em ação, em 26 de abril de 1999, ele ganhou o nome Chernobyl, já que a data coincidia com o desastre nuclear de Chernobyl, ocorrido na União Soviética em 1986.
O vírus passou 1 ano se espalhando e sendo distribuído de muitas formas. Muitas empresas sem querer enviaram conteúdos em CD que tinham o vírus embutido.
Chernobyl teve um resultado catastrófico para os usuários do Windows 95, Windows 98 e Windows ME. O vírus apagava dados de discos rígidos, reescrevendo o setor de boot, o que resultava na perda de acesso aos dados do disco. Dependendo do computador infectado, ele também tentava apagar a BIOS do computador, o que acabava impedindo a utilização do computador. Até aquele momento, nada parecido havia ocorrido.
Se estima que Chernobyl impactou pelo menos 60 milhões de computadores. Os maiores impactados ficavam na Ásia. Alguns dizem que o prejuízo foi superior a 1 bilhão de dólares, o número real nunca vamos saber. Na época, o governo da Coréia do Sul, um dos vários países atingidos, afirmou que o impacto nos seus computadores gerou um prejuízo de 250 milhões de dólares.
Depois de ser descoberto, o jovem Chen Ing-hou continuou seguindo com a sua vida. Apesar do enorme estrago, ninguém em Taiwan parecia muito aborrecido. Pelo contrário, o jovem estudante chegou a conseguir um emprego numa empresa de software!
Mas depois de 18 meses a sorte acabou. Em setembro de 2000 um outro estudante de Taiwan teve seu computador infectado. E esta pessoa decidiu processar Chen pelos danos. Finalmente chegava a hora de Chen ser preso.
Como ocorreu em vários casos de programadores presos por criar vírus, Chen Ing-hou não viu o sol nascer quadrado. A justiça acabou passando a mão na cabeça dele. Levou uma advertência e voltou para casa. Chen continuou seguindo na carreira de programador, e nos anos seguintes chegou a dar palestras.
Vírus e crimes virtuais são ameaças bem reais nos dias de hoje. No ano passado, quase 10% das empresas mundiais sofreram algum ataque de ransonware. Existem previsões que apontam que os crimes virtuais podem movimentar mais de 10 trilhões de dólares em 2025.
Todo cuidado é pouco...