Napster
Em 1999 a indústria fonográfica mudaria para sempre. Em 01 de junho de 1999 era lançado o Napster.
Os jovens Shawn Fanning e Sean Parker criaram um sistema de compartilhamento de arquivos que permitia de forma simples compartilhar músicas no formato MP3. O formato da rede usado pelo Napster era o P2P (peer to peer). O Napster possuía um servidor onde ficava o seu banco de dados com a lista de músicas compartilhadas por seus usuários conectados. Ao baixar uma música, o usuário conectava com outro usuário que tinha a música desejada.
A idéia havia surgido 1 ano antes. Shawn Fanning, com apenas 17 anos na época, participava de uma sala de bate papo, e ele compartilhou que estava trabalhando em algo para facilitar o download de músicas entre dois computadores. Sean Parker, um ano mais velho, se interessou pela idéia e se colocou a disposição para colaborar. Tudo era muito improvisado, para codificar o software, Shawn Fanning teve que pegar um computador emprestado do tio. Após muitos dias trabalhando duro, eles decidiram que deveriam abrir uma empresa. Foi necessário levantar 50 mil dólares com investidores. Os colegas da sala de bate papo acabaram virando funcionários.
O Napster foi um sucesso imediato. Ele chegou a ter 80 milhões de usuários. Nas universidades americanas, mais da metade do tráfego de dados eram downloads de músicas. Numa época onde a banda larga não era comum, você precisava ter bastante paciência para baixar suas músicas favoritas.
A revista Time colocaria Shawn Fanning na capa da edição de outubro de 2000. Eles rotularam o Napster como uma das maiores aplicações já criadas para a Internet, rivalizando com o e-mail e os aplicativos de mensagens instantâneas. Eles estavam cobertos de razão.
Os executivos da indústria viam com muita preocupação tanto sucesso. Numa reunião que ocorreu em Washington, eles decidiram fazer um teste. Cada executivo devia pesquisar na plataforma por qualquer música que eles haviam lançado recentemente. Para surpresa de todos, todas as músicas pesquisadas estavam online. A indústria dependia muito da venda de discos. Somente nos Estados Unidos, quase 1 bilhão de CDs foram vendidos no ano 2000. O preço médio era de 16 dólares. Isso definitivamente não era algo bom para eles.
Os artistas reagiram de formas diferentes a novidade. Para os pequenos, era algo bom, já que fazia sua música chegar a mais pessoas. Mas os artistas mais famosos foram contra, já que houve muitos casos onde suas músicas chegaram no Napster antes de ser lançadas nas lojas. Para alguns isso era um desaforo.
A indústria fonográfica não levou o desaforo para casa. Primeiro ela decidiu processar os usuários que baixavam as músicas. Logo depois, chegou a ver de ir atrás do Napster. No mês de dezembro o Napster foi processado pela RIIA, Recording Industry Association of America. Em paralelo, surgiriam outros concorrentes. A longa batalha judicial que se seguiria acabaria obrigando o Napster a fechar as portas, ele encerrou suas atividades em 03 de setembro de 2002.
Mas a derrota do Napster não significou o fim dos problemas para a indústria fonográfica. As coisas não voltariam a ser como eram antes.
O compartilhamento de músicas caiu no gosto dos usuários, e ele abriu caminho para o streaming. Novas oportunidades de negócios surgiriam. Em 2001 a Apple lançaria o iPod e o iTunes. O iTunes tornava legal o download de músicas, a um preço acessível, e o iPod permitia armazenar centenas de músicas. Isso faria a marca da maçã ganhar muito dinheiro, sendo o carro chefe da empresa até a chegada do iPhone.








 
						 
						