Enterprise
A nave espacial que prometia revolucionar o futuro da exploração espacial foi apresentada em 1986. Em 17 de setembro de 1976, o ônibus espacial Enterprise foi oficialmente apresentado.
A história do ônibus espacial começa logo após a conquista da Lua em 1969. O programa Apollo representou o maior esforço de uma nação em tempos de paz. Com a corrida espacial vencida, a necessidade de investir grandes quantias de dinheiro no espaço diminuiu, resultando em cortes severos no orçamento da NASA.
Com novos tempos, surgiram novos objetivos. A NASA buscava reduzir os custos das missões espaciais e decidiu desenvolver um veículo espacial reutilizável. Os conceitos iniciais de 1970 propunham um sistema de dois estágios: um foguete com asas, tripulado que transportaria o ônibus espacial até uma altitude de 80 km. A partir daí, o ônibus espacial utilizaria seus próprios motores para chegar ao espaço.
A carga útil seria de 11 toneladas, com um custo previsto de 1.109 dólares por quilo de carga.
O projeto era complexo e caro, e a possibilidade da NASA ficar sem recursos era alta. Para garantir financiamento, foi feita uma parceria com a Força Aérea dos EUA, que fez lobby a favor do projeto. Em troca, o veículo foi adaptado para atender também a missões militares. Isso resultou em um aumento significativo no tamanho do veículo, permitindo o lançamento de cargas de quase 30 toneladas. Contudo, essa adaptação também tornaria o ônibus espacial mais difícil de manter.
Para reduzir custos, decidiu-se eliminar o foguete com asas do primeiro estágio, substituindo-o por um enorme tanque de combustível descartável. Esse tanque seria acoplado ao ônibus espacial, que utilizaria seus próprios motores desde a decolagem até alcançar o espaço. Além disso, dois foguetes de combustível sólido seriam utilizados para fornecer um impulso adicional.
Em julho de 1972, a Rockwell recebeu o contrato para construir o primeiro ônibus espacial, inicialmente nomeado Constitution. Posteriormente foi rebatizado como Enterprise e entregue em 1976.
A NASA tinha grandes expectativas para o ônibus espacial, prevendo o lançamento de 25 a 60 missões por ano. No entanto, a realidade foi bem diferente. O máximo de missões realizadas em um ano foi de 9, em 1985.
Operar o ônibus espacial era extremamente caro, com cada lançamento custando cerca de 450 milhões de dólares. Embora fosse uma máquina impressionante, não conseguiu tornar o acesso ao espaço mais barato; na verdade, o custo por quilo de carga útil era de 54 mil dólares. Em comparação, hoje em dia, com os foguetes da SpaceX, esse valor caiu para 2.720 dólares.
O Enterprise nunca foi ao espaço. Foi construído exclusivamente para testes de integração e pouso.
Por duas vezes se cogitou modificar o Enterprise para ir ao espaço. Na primeira vez, logo após a construção da primeira nave operacional, o Columbia, se desistiu porque ele ficar muito pesado, e se optou por construir uma nave do zero, o Challenger.
A segunda vez foi após o acidente com o Challenger em 1986. Novamente o peso final foi o argumento para abandonar a idéia, se dediciu construir uma nova nave com peças sobressalentes, o Endeavour.
Atualmente o Enterprise se encontra no museu Intrepid em Nova York.



